Um homem de 51 anos acusado de homicídio na forma tentada começou ontem a ser julgado no Tribunal de Estarreja. A vítima é a ex-mulher, que o arguido esfaqueou gravemente em plena rua, em Dezembro do ano passado.
E. Piedade, de 48 anos, empregada fabril, conseguiu resistir aos golpes da faca de 17 centímetros de lâmina, mas caiu por terra. Ainda assim, o agressor bateu com a cabeça da ex-mulher várias vezes no passeio. Quando tentava forçar a vítima a entrar no carro, foi impedido por populares que a socorreram das mãos do homem exaltado que aos gritos pedia “deixai-me matá-la”. F. Baptista, montador de isolamentos e actualmente em prisão preventiva, é acusado de maus tratos físicos e psíquicos “de modo persistente e reiterado”, gerando um ambiente familiar de “medo e terror” desde 2002.
Quando a mulher decidiu sair de casa, em 2008, determinada em pedir o divórcio, o arguido não aceitou o fim da relação da qual nasceram cinco filhos e tentou demovê-la por várias vezes, mas sem sucesso. Terão sido os ciúmes que o levaram a tentar tirar a vida a E. Piedade, em Dezembro do ano passado.
Perante o colectivo de juízes, o arguido negou os maus tratos, mesmo depois de confrontado com uma condenação com pena suspensa por violência doméstica em 2008. “É tudo mentira, são fantasias e injúrias”, afirmou o réu, acusando, por sua vez, a ex-mulher de agressões com facas e até ameaças de pistola.
O homem alegou que os “problemas” conjugais começaram quando E. Piedade “decidiu fazer dois abortos” e fez uma operação “sem autorização” para não ter mais filhos. Contou, ainda, episódios que o levaram a suspeitar de estar a ser traído, nomeadamente mensagens de telemóvel e preservativos que encontrou em casa, sendo que “nunca usavam” nas relações.
A presidente do colectivo determinou que o arguido seja submetido a perícia de avaliação de personalidade e perigosidade, bem como a exame que permita averiguar a eventual inimputabilidade.
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