Os criadores de gado de Estarreja e Albergaria não dormem descansados. Muitos animais têm sido roubados nos últimos tempos. Só esta semana, numa madrugada, levaram dezena e meia de ovelhas e cabras de três explorações.
Os constantes roubos de gado andam a deixar os donos das explorações pecuárias e agrícolas de Fermelã (Estarreja) e Angeja (Albergaria-a-Velha) desesperados. Na última semana, os "amigos do alheio" percorreram diversas explorações de pequena dimensão, roubando dezena e meia de cabeças de gado em três e combustível numa quarta.
António Lopes, que perdeu seis animais, não esconde a revolta. "Foram por um caminho no meio dos pinhais e cortaram a vedação da parte de trás. As ovelhas andam à solta e tenho lá cães, mas parece que não valeu de nada. Estava a chover muito e até conseguiram enganar os cães. Roubaram-me seis cabeças, tudo ovelhas de criação", descreveu, ontem, ao Jornal de Notícias.
O prejuízo ascende aos 750 euros, mas poderá aumentar. "Fiquei com 18 cabeças e mais 17 borregos, mas alguns deverão morrer porque roubaram as mães e eles ainda não comem", diz, referindo-se à pequena exploração isolada que mantém há mais de 30 anos em fermelã, como complemento dos rendimentos mensais.
Nos últimos anos já foi roubada diversas vezes. "Assim nem ganhamos para o custo de manter e alimentar os animais", lamenta-se.
As suspeitas, não confirmadas, recaem sobre "um ladrão local que tem antecedentes e voltou à localidade há meses", ocasião em que "os roubos de gado caprino, bovino, galinhas e casas, que se verificavam há uns anos atrás aqui na zona, voltaram a acontecer", refere António Lopes, sem deixar de criticar os receptadores. "Quem rouba é para vender, não é para comer, porque é muita quantidade. Tem de haver quem lhes fique com o gado roubado", afirma o produtor.
Na mesma madrugada de domingo, alguns quilómetros ao lado, em Angeja, foram furtadas três cabras de um estábulo contíguo à habitação do proprietário. "Cortaram a rede de cima a baixo e roubaram três das quatro cabeças que tinha. Levaram as três fêmeas e deixaram o macho, que é mais perigoso e difícil de transportar. Criar este gado pode ser apenas um passatempo, mas custa dinheiro. Nem ouvi os cães ladrar durante a noite, foi uma vizinha que me alertou de manhã", contou o criador que pediu o anonimato.
Os lesados apresentaram queixa junto da GNR local.
(Publicado em Jornal de Notícias)
terça-feira, 24 de novembro de 2009
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