quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Veiros comemora igreja com desfile

A feguesia de Veiros, no concelho de Estarreja, saiu à rua no passado domingo para comemorar o terceiro ano das celebrações dos 400 anos da construção da Igreja de S. Bartolomeu. Com o desfile “A Alma de um Povo” pretendeu caracterizar-se a união das gentes de Veiros para a reconstrução da Igreja aquando do incêndio ocorrido em 1855.

O desfile envolveu duas centenas de participantes e retratou a igreja, o património, a cultura, a paisagem e a tradição, mostrando um pouco daquilo que o povo de Veiros fez para angariar fundos para a recuperação do templo. Como se tratava de um povo humilde e pobre, recorreu ao auxílio monetário de terras vizinhas através da venda de réstias de cebolas e de esteiras, para angariar os fundos necessários.

As réstias de cebolas eram transportadas rio acima nos mercantéis, para serem vendidas nas maiores feiras de terras vizinhas, como a feira de S. Miguel, em Setembro. As esteiras seguiam para a indústria do mobiliário com a finalidade de proteger os móveis, já que as esteiras são feitas com o bunho, uma erva de grande porte e de grande predominância em terras húmidas.

O desfile de domingo passado revelou a alma de um povo, através da reprodução dos acontecimentos. Os participantes demonstraram todo o processo de enrestiar, semear, transplantar e vender as cebolas em cestos decorados a preceito. Mostraram também como se fazem as esteiras, desde a apanha do junco e do baínho até ao produto final, com as características personagens que seguiam os trilhos a pé com os molhos de esteiras à cabeça até aos intermediários que as revendiam.

A igreja de São Bartolomeu de Veiros foi edificada entre 1608 e 1612. A primeira missa foi celebrada no dia 13 de Dezembro desse ano, tendo sido benzida no dia anterior. A obra custou 300.000 reis. No local existia anteriormente uma antiquíssima ermida dedicada a São Bartolomeu e Santa Bárbara.
Na noite de 25 para 26 de Novembro de 1855 a igreja de Veiros foi quase completamente destruída por um incêndio. Iniciada a reconstrução foi acrescentada a capela-mor à igreja inicial, tendo sido o trabalho concluído em 1857.

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